É melhor ser um generalista ou um especialista?
Laboratório de Ideias #02
Você já ouviu falar da metáfora do pato?
Ele nada
Ele anda
Ele voa
Mas mesmo fazendo as três coisas, ele não nada tão bem quanto um golfinho, não corre tão bem quanto um leopardo e não voa como uma águia.
Mesmo o pato fazendo as três coisas, ele não é o melhor em nenhuma dessas coisas.
Geralmente, podemos dizer que o pato é um generalista: alguém que sabe fazer várias coisas diferentes, embora não seja um expert em nenhuma delas.
Na área musical eu sou um generalista igual o pato: na igreja eu tocava baixo, violão, teclado e piano, mesmo eu não sendo o expert em nenhum desses instrumentos.
Do lado oposto dos generalistas existem os especialistas: aqueles que são os melhores em uma função específica. Nestes exemplos, podemos citar o leopardo que corre muito bem, um guitarrista que se dedicou de corpo e alma para tocar com agilidade, ou até mesmo podemos dizer alguém que dedicou toda a sua vida em uma área de atuação.
Mas a pergunta que quero refletir hoje é: vale a pena ser um generalista ou um especialista?
A resposta, como todo aquele que não quer se comprometer é: depende.
Claro que não existe uma resposta pronta para este tipo de pergunta, ainda mais no mundo em que vivemos hoje onde as mudanças acontecem de forma mais rápida e muita coisa que aprendemos a pouco tempo já não vale muita coisa.
Cada opção existe uma desvantagem:
Desvantagens de ser especialista:
Maior risco de conseguir emprego se a área de atuação se tornar menos relevante.
Menos flexibilidade para transitar entre áreas diferentes.
Pode ter dificuldades em liderar equipes multidisciplinares.
Desvantagens de ser generalista:
Dificuldade em se destacar em áreas que exigem alta especialização.
Remuneração inicial pode ser inferior à de especialistas.
Pode enfrentar desafios para justificar sua expertise em entrevistas ou propostas de trabalho.
Mas não precisa ser 8 ou 80, você não precisa escolher um ou o outro.
Tim Ferriss, autor do livro Trabalhe Quatro Horas por semana, defende a ideia de ser um Generalista Especializado, ou seja, alguém que tem grande domínio em algumas áreas chave, mas também desenvolve habilidades complementares que aumentam seu valor e adaptabilidade.
E nisto eu concordo 100% com ele.
Como ser um Generalista Especializado
Busque saber um pouco de tudo, mas seja referência em algo.
Em um cenário ideal, o melhor é equilibrar as duas abordagens:
Generalista na colaboração: Desenvolver uma visão ampla e a capacidade de se comunicar com diferentes áreas.
Especialista em um pilar: Aprofundar-se em um campo específico para se destacar e agregar valor.
No trabalho, embora eu seja Planejador Financeiro Corporativo, já estudei programação, análise de dados e design. Existem especialistas nessas áreas, mas no contexto em que atuo, esses conhecimentos funcionam como habilidades complementares, ampliando minha capacidade de análise e tomada de decisão.
Essas competências potencializam minha área principal, tornando meu trabalho mais estratégico e eficiente. Além disso, elas me permitem ter uma visão diferente das coisas, pois me trazem novas perspectivas que posso aplicar na minha áreas.
Faz parte de ser criativo ter visões diferentes sobre coisas para implementar em algo, como por exemplo, saber programação me ajudou a ter um raciocínio lógico melhor, design me ajudou a criar melhores apresentações, os exemplos são inúmeros.
O mundo pede para cada vez mais termos uma visão generalista, mas ter uma visão especializada te faz destacar dos demais.
Aqui vai um passo a passo para você conseguir aproveitar o melhor dos dois mundos:
01. Defina a sua área core
Primeiro você precisa definir qual deve ser o seu grande diferencial.
Provavelmente é a área em que você já trabalha ou a área que você tem mais afinidade.
Pergunte-se:
Onde quero me destacar?
Pelo que eu quero ser conhecido?
Quais problemas eu quero resolver?
Respondendo estas perguntas você terá definido qual será o seu diferencial.
02. Defina quais assuntos que não estejam relacionados a sua área core é importante estudar
Pergunte-se:
Quais áreas seria excelente eu saber pelo menos o mínimo?
São as áreas que não o seu foco, mas que sabendo utilizar bem irá potencializar aquilo em que você quer ser destacar.
Algumas áreas que recomendo e que podem ser extremamente importante saber o mínimo são programação, marketing, processos, inteligência artificial.
03. Dê um passo de cada vez
Aprender várias coisas ao mesmo é o primeiro passo para aprender nenhuma delas direito.
Existe uma regra que diz que para você conhecer pelo menos o mínimo de algo, deve-se estudar isto por pelo menos 20h.
Estude uma área por mês: se você conseguir estudar pelo menos 1h por dia, a cada dia útil, em um mês você já terá um bom conhecimento sobre a área e já vai ter mais conhecimento que a maioria que não sabe sobre o assunto.
A cada mês alterne entre a área core e as outras áreas escolhidas para que você consiga dar atenção a sua área principal e vai aumentando o seu repertório ao longo do tempo.
Mas não aprenda de modo passivo:
Crie um projeto em que você deva desenvolver as capacidades que você está aprendendo.
Ex: criar um código em Python para enviar e-mails automáticos (caso a área de estudo for programação).
04. Encontre ou crie conexões entre elas
Aqui é a onde a mágica acontece.
É aqui que você se diferencia dos demais profissionais:
Saber e combinar diferentes áreas para potencializar sua área core é o que realmente te destaca no mercado.
Exemplos de conexões:
Finanças + Programação: Automatizar análises financeiras com scripts que economizam horas de trabalho.
Design + Marketing: Criar materiais visuais mais persuasivos para campanhas publicitárias.
Vendas + Psicologia: Aplicar gatilhos mentais para aumentar a taxa de conversão.
Recapitulando:
Defina a área core
Escolha os outros assuntos que é importante você estudar
Dê um passo de cada vez
Encontre ou crie conexões entre estes assuntos
Isso te dará uma visão ampla da área e te tornará um profissional diferenciado.
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